Espaçadores vertebrais ajudam a restaurar um correto alinhamento da coluna

14 de setembro de 2016 | 1 comentário

Nos últimos anos aumentou muito a excitação a propósito do desenvolvimento e uso dos espaçadores vertebrais.

Mesmo assim, a menos que você seja um especialista em coluna vertebral, poderá achar difícil entender por que há tanta excitação. Na verdade, para grande parte da população os espaçadores vertebrais não constituem assunto para suas conversas diárias. A maioria das pessoas não sabe o que são os espaçadores vertebrais, nem sabe como são usados ou como beneficiam os pacientes. Para começar, faremos uma breve introdução a respeito dos espaçadores para você ter condições de entender por que eles são tão importantes atualmente e no futuro para a cirurgia da coluna. 

Espaçadores: uma visão geral

O espaçador é um instrumento pequeno, cilíndrico ou retangular, oco, geralmente feito de titânio, PEEK (poli-éter-éter-cetona) ou materiais absorvíveis, com a parede toda cheia de furos. Esses dispositivos são chamados de espaçadores intervertebrais. A palavra intervertebral diz respeito ao lugar onde esses espaçadores são usados (no espaço discal entre duas vértebras). Eles são frequentemente usados para restaurar a altura perdida em razão de um disco ter se danificado ou para aliviar a pressão exercida sobre a raiz de um nervo.

A altura do disco perdido é restaurada quando os espaçadores, recheados com enxerto ósseo, são inseridos no espaço existente entre as duas vértebras. O que acontece basicamente é que o enxerto ósseo, que foi ordenadamente colocado dentro e em torno dos espaçadores, começa a crescer através dos furos existentes nas parede dos espaçadores, formando eventualmente um osso sólido (ou fusão) que passa a segurar as vértebras juntas. Esse processo é chamado de fusão intervertebral.

Numa comparação meramente aproximada, poderíamos dizer que os espaçadores corresponderiam na construção civil aos tijolos e que o enxerto ósseo corresponderia à argamassa, que amarra tudo numa estrutura sólida. O resultado final é uma fusão, uma construção forte e estável.

Pacientes que estão para se submeter a uma cirurgia devido a uma doença degenerativa do disco, uma hérnia de disco ou uma espondilolistese grau II ou maior, podem ter espaçadores implantados durante o procedimento cirúrgico. Nessas condições, quando as vértebras se deslocam, podem desgastar-se mutuamente por friccionarem-se umas contra as outras e, assim, provocar a compressão do nervo, caso o disco venha a ser danificado. Uma sólida fusão do espaçador pode impedir que as vértebras se desloquem aumentando o espaço destinado à raiz dos nervos, o que resulta na estabilização e no realinhamento da coluna e no alívio da dor. 

Evolução do espaçador: um breve histórico

A história dos espaçadores começa com cavalos. Há várias décadas, o Dr. George Bagby, cirurgião ortopédico de Spokane, Washington, inventou o primeiro espaçador. A “cesta de Bagby”, como foi chamada, tornou-se popular quando um cavalo chamado Seattle Slew, grande campeão, adoeceu, revelando ser portador da síndrome de Wobbler, uma doença degenerativa que provocava uma séria instabilidade da nuca.

Trabalhando com um veterinário especializado em equinos, o Dr. Bagby implantou sua cesta cilíndrica de aço na coluna vertebral do cavalo Seatle Slew. Depois de imobilizar a cesta no lugar devido, encheu-a com enxerto elaborado a partir dos ossos do próprio cavalo. No tempo previsto, o enxerto cresceu dentro e ao redor da cesta, criando uma sólida fusão, conseguindo salvar Seattle Slew da morte, que era tida como certa.

Após o caso do Seattle Slew, passaram-se vários anos sem que se fizesse algum aperfeiçoamento significativo do espaçador. Isso só veio a acontecer na década de 80, graças aos trabalhos do Dr. Stephen D. Kuslich, cirugião de Minneapolis, que aprimorou o invento do Dr. Bagby, tornando possível implantá-lo no ser humano. O espaçador de Kuslich, um cilindro oco de titânio com paredes grossas perfuradas, foi projetado para ser implantado na parte posterior da coluna vertebral. Isso chamou logo a atenção da classe médica e desde então vários cirurgiões, entre os quais eu mesmo, trabalham no sentido de aprimorar os sistemas anteriores do espaçador.

Espaçadores vertebrais ajudam a combater doenças degenerativas dos discos, de hérnias de disco ou de espondilolistese.

Centenas de milhares de pessoas sofrem de doenças degenerativas dos discos, de hérnias de disco ou de espondilolistese grau I. Afortunadamente, para a grande maioria dos pacientes a cirurgia não é necessária, pois em grande parte dos casos consegue-se o alívio dos sintomas mediante tratamentos não cirúrgicos. Para aqueles, porém, que precisam submeter-se a uma cirurgia, pensamos que o presente artigo os ajude a entender o que o cirurgião pensa, quando apresenta as opções cirúrgicas entre as quais o recurso dos espaçadores. Se você foi escalado para uma cirurgia, lembre-se de que grandes pacientes são aqueles que estão motivados para manter um estilo de vida saudável e agem responsavelmente para que isto aconteça. Em virtude de sua dedicação à saúde, esses pacientes se colocam no caminho seguro para uma recuperação mais rápida de uma cirurgia.


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