Enxerto ósseo: Tipos de estimulação e suas aplicações

21 de dezembro de 2024 | sem comentário | Categoria(s): Artigos

O enxerto ósseo é uma técnica amplamente utilizada em cirurgias ortopédicas para reparar, substituir ou aumentar áreas onde o tecido ósseo está ausente, ou comprometido. Três métodos principais de estimulação são empregados para potencializar o sucesso do procedimento: osteogênica, osteocondutora e osteoindutora. Cada uma possui características específicas e desempenha um papel fundamental na regeneração óssea.

Estimulação Osteogênica

Esse método baseia-se na presença de células vivas, como os osteoblastos, que têm a capacidade de produzir novo osso, sendo essenciais para a regeneração e sucesso do enxerto ósseo. A eficiência dessa abordagem está diretamente ligada à quantidade e qualidade das células osteogênicas presentes no local da lesão, influenciando a velocidade e a eficácia da cicatrização óssea.

  • Situações desafiadoras: Áreas com cicatrizes, cirurgias prévias, infecções ou submetidas a radioterapia frequentemente apresentam deficiência de células formadoras de osso.
  • Fontes de células osteogênicas:
    • Autoenxerto: Transferência de tecido ósseo saudável de outra região do paciente, como crista ilíaca.
    • Medula óssea: Obtida de forma minimamente invasiva, por aspiração com agulha, e aplicada diretamente no local ou misturada com outros materiais.

O uso de autoenxertos é considerado o padrão-ouro, mas técnicas menos invasivas, como o uso da medula óssea, têm ganhado popularidade, reduzindo a necessidade de cirurgias adicionais.

Estimulação Osteocondutora

Aqui, o foco é criar uma estrutura (ou matriz) que facilite a adesão, migração e proliferação de células ósseas, guiando o processo de regeneração.

  • Como funciona: Materiais osteocondutores atuam como armações, preenchendo espaços entre ossos e impedindo o crescimento de tecidos indesejados.
  • Materiais usados:
    • Aloenxertos processados: Osso humano tratado para garantir segurança.
    • Cerâmicas de fosfato de cálcio: Biocompatíveis e frequentemente reabsorvíveis.
    • Polímeros sintéticos: Alternativas com boa durabilidade.

Esses materiais são amplamente usados para evitar a necessidade de remoção de osso do próprio paciente, embora o desempenho isolado possa ser inferior ao dos autoenxertos.

Estimulação Osteoindutora

A Osteocondutora, por sua vez, utiliza substâncias bioquímicas para estimular a diferenciação de células-tronco ou imaturas em osteoblastos funcionais, promovendo assim a formação de novo osso. Dessa forma, esse processo contribui de maneira significativa para a regeneração óssea, tornando-se uma abordagem eficaz em casos de lesões ou defeitos ósseos.

  • Fatores de crescimento envolvidos:
    • Proteínas morfogenéticas ósseas (BMPs) são as mais estudadas e eficazes até o momento.
    • Outros fatores como PDGF, EGF e TGF-beta também têm mostrado potencial para aplicações futuras.
  • Métodos em desenvolvimento: Técnicas de processamento de aloenxertos que retêm fatores de crescimento sem risco de transmissão de doenças são promissoras.

Essa abordagem oferece uma alternativa menos invasiva e eficaz, especialmente em casos onde o transplante ósseo tradicional é contraindicado.

Conclusão

O enxerto ósseo, por sua vez, combina avanços em biotecnologia e medicina regenerativa para oferecer soluções personalizadas e eficazes.

Para saber mais ou agendar uma consulta, entre em contato com a Clínica Vertebrata.

Médico neurocirurgião especialista em tratamentos da coluna vertebral, é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Academia Brasileira de Neurocirurgia e Sociedade Brasileira de Coluna, bem como da North American Spine Society e Spinal Artroplasty Society.


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