Principais problemas que podem ocorrer na coluna vertebral
19 de janeiro de 2020 | sem comentário | Categoria(s): dor na coluna
Estar muito tempo em pé, fazer esforços físicos, ter uma má postura durante o sono, sedentarismo são fatores cotidianos que podem causar problemas na coluna vertebral. A verdade é que grande parte das pessoas terá um pequeno problema nas costas em algum momento da vida.
Geralmente, os movimentos do nosso corpo não causam problemas, mas podem surgir sintomas como consequência do desgaste diário, movimentos excessivos ou lesões. Confira neste artigo os problemas de coluna mais comuns e frequentes em nosso consultório.
Artrose
Normalmente ocorre a partir dos 35 anos em todas as pessoas e faz parte do envelhecimento normal da coluna vertebral. Apenas ocasionalmente é sintomática, fornecendo um quadro característico chamado síndrome facetária. Quando a cartilagem articular se desgasta, em geral como resultado da degeneração do disco, pode causar dor e perda de mobilidade do segmento vertebral.
E preciso entender que o problema, também conhecido como osteoartrose, não é uma doença. É um fenômeno natural que envolve o desgaste da cartilagem que reveste as articulações ou juntas. Em muitos casos, a artrose é confundida com artrite. Esta segunda, sim, é uma doença.
Estenose espinhal
Estenose espinhal é o estreitamento do canal vertebral, que fica localizado no interior da coluna vertebral. É um pequeno espaço que contém as raízes nervosas e a medula espinhal.
Se o tamanho desse canal diminui, pode apertar os nervos e a medula espinhal, causando uma dor que pode irradiar para braços ou pernas, além de outros sintomas. O problema pode ocorrer em qualquer parte da medula espinhal, embora seja mais comum na região lombar.
O problema produz um quadro característico da Claudicação Intermitente (sensação de cãibra nas pernas que surge durante a prática de exercícios ou caminhadas e ocorre como consequência do suprimento de oxigênio diminuído). Além disso, pode causar compressão seletiva das raízes nervosas, causando dor no braço se o envolvimento for cervical, ou nas pernas (ciática) se estiver na coluna lombar.
Hérnia de disco
A Hérnia de Disco acontece quando há uma ruptura no anel fibroso que envolve o núcleo pulposo. Mais frequente na região lombar, essa lesão causa dor na região lombar e comprime os nervos, irradiando a sensação dolorida para as pernas.
Quando isso acontece, a dor intensa e há também dormência no membro. Na maioria das vezes, o tratamento consiste em analgesia, repouso e fisioterapia. Cerca de 15% dos casos precisam de tratamento cirúrgico.
O problema é mais frequente em pessoas entre 30 e 50 anos. Mas crianças, jovens e idosos também podem sofrer da condição. Alguns estudos indicam que, após os 50 anos, 30% da população mundial desenvolve alguma forma assintomática da hérnia de disco.
Em geral, as hérnias de disco na coluna lombar respondem bem ao uso de analgésicos e antiinflamatórios, acompanhados por repouso e sessões de fisioterapia e acupuntura. Normalmente, em um mês, 90% dos dos pacientes já podem retornar às suas atividades.
Escoliose idiopática
A escoliose idiopática é uma curvatura anormal da coluna vertebral. O problema ocorre principalmente em crianças e adolescentes, e se manifesta mais em mulheres. Os pacientes têm assimetria nos ombros, na cintura ou um lado do quadril mais proeminente que o outro.
Geralmente essa patologia não causa dor, mas se a deformidade já está muito avançada, pode gerá-la. A escoliose adulta ou degenerativa, por outro lado, geralmente é dolorosa. É uma deformidade que aparece especialmente em mulheres em idade perimenopausa e que progride de maneira variável.
Espondilolistese
A espondilolistese ocorre quando há o deslizamento de uma vértebra sobre a outra, causando dor e outros sintomas. Nesse deslocamento, a vértebra se desalinha da coluna, movendo-se mais à frente das vértebras que seguem abaixo.
Frequentemente é causada por uma fratura de uma vértebra, em função da prática de esportes que promovam tensão nas costas ou esticam a coluna. Porém, o problema também pode ser o resultado de distúrbios congênitos.
A espondilolistese afeta sobretudo a região lombar, entre os níveis L5-S1, na região da última vértebra lombar e região sacral. Ela acarreta a instabilidade da coluna, mas nem sempre há sintomas ou alteração perceptível da curvatura. O que pode dificultar o diagnóstico.
O outro tipo de espondilolistese é degenerativo, o que ocorre na idade adulta. Nele, o deslocamento se dá por fenômenos degenerativos do segmento vertebral. Afeta principalmente a quarta e a quinta vértebra lombar (L4-L5).
Como não há fratura aqui, a conseqüência do deslocamento é o estreitamento do canal medular e o aparecimento de dores na região lombar e nas pernas.
Fratura e luxação da coluna devido a trauma
Nesses casos, o segmento mais afetado é a junção toracolombar, seguido pela cervical. Dependendo do tipo de lesão e da magnitude da energia absorvida pela coluna, podem ocorrer danos neurológicos, geralmente irreversíveis.
Nos últimos tempos, os esportes de alto risco tem visto um aumento significativo de lesões traumáticas com e sem lesão neurológica em seus praticantes. Nesses pacientes, o tratamento cirúrgico precoce é essencial, permitindo a reabilitação mais rápida.