O que é Fibromialgia?
14 de setembro de 2016 | sem comentário
Fibromialgia é uma condição que engloba dores crônicas e afeta milhões de pessoas, principalmente mulheres, todos os anos, podendo causar sofrimento físico e emocional.
A palavra fibromialgia vem do termo latino para tecido fibroso (fibro) e das palavras gregas para músculo (myo) e dor (algia). Na verdade, os portadores de fibromialgia sentem dor muscular generalizada e crônica. A condição se caracteriza principalmente por uma série de pontos sensíveis (muitas vezes confundidos com os pontos-gatilho, estes associados à síndrome dolorosa miofascial). A dor associada a esses pontos costuma ser bem superficial, parecendo se encontrar bem sob a pele.
Dezoito pontos sensíveis foram localizados no pescoço, cotovelos, tórax, costas, quadris, nádegas e joelhos. Essas áreas sensíveis são pequenas – geralmente do tamanho de uma moeda de cinco centavos – mas são tão sensíveis que a pressão de um dedo geralmente faz com que se inflamem de dor.
Os pacientes diagnosticados com fibromialgia sentem dor em pelo menos 11 pontos sensíveis, o que pode tornar a vida muito dolorosa. Na verdade, tão dolorosa que fibromialgia e depressão costumam co-existir. Um ponto interessante a salientar é que no passado a fibromialgia já foi considerada um distúrbio mental, mas as pesquisas demonstraram que seus portadores podem ter baixa resistência à dor. Isso pode se dar devido a uma contusão, um trauma emocional ou a níveis anormais de substâncias no cérebro e na medula ligadas à sensibilidade à dor, mas a causa exata não é clara.
Os fibromiálgicos também relatam distúrbios de sono, síndrome de fadiga crônica, síndrome do intestino irritável e enxaquecas. Os médicos ainda precisam descobrir a relação entre essas outras condições e a fibromialgia. Felizmente, há tratamentos que auxiliam a diminuir a dor fibromiálgica e as condições associadas.
Além disso, os médicos conhecem relativamente pouco sobre o transtorno. Não há uma compreensão clara das causas, sintomas, exames ou tratamentos fibromiálgicos. Entretanto, novos medicamentos aprovados pelo FDA[1] e descobertas recentes lançam nova luz sobre esse mal de difícil compreensão.
Remédios para a Fibromialgia
Uma variedade de medicamentos pode tratar seus sintomas, mas é preciso entender que a fibromialgia não tem cura conhecida. A maioria dos remédios ajuda a tratar uma parte dos sintomas provocados pelo transtorno. Por exemplo, o médico pode receitar remédios para dormir ou antidepressivos que melhorem o humor. Com base em seus sintomas específicos, o médico elabora o plano correto de medicação para o seu caso específico.
Os medicamentos podem ser apenas uma parte do tratamento da fibromialgia.
O FDA aprovou três medicamentos para tratar a fibromialgia: pregabalin (nome comercial Lyrica)[2], duloxetine (Cymbalta) e milnacipran (Savella)[3]. A Lyrica é um antiepiléptico, enquanto a Cymbalta e a Savella são antidepressivos. Mas esses medicamentos não são a única opção. Na verdade, há uma variedade de medicações que tratam a gama de sintomas da fibromialgia.
Antidepressivos
Cerca de 30% das pessoas que sofrem de fibromialgia também sofrem de algum tipo de depressão ou transtorno de humor. Em muitos casos, os antidepressivos são usados como linha de defesa no tratamento da fibromialgia. Os médicos geralmente receitam um ou uma combinação de antidepressivos destas três classes: antidepressivos tricíclicos, inibidores da recaptação da serotonina e norepinefrina (IRSN) e inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS).
· Antidepressivos tricíclicos: Melhoram o humor, reduzem a dor e tratam dos problemas de sono elevando os níveis de neurotransmissores calmantes do cérebro. Os possíveis efeitos colaterais incluem sonolência, tontura, secura da boca e dos olhos e constipação. O cloridrato de amitriptilina (Amytril ou Tryptanol) e a nortriptilina (Pamelor) são exemplos de antidepressivos tricíclicos.
· IRSNs: Esta classe de antidepressivos eleva os níveis de serotonina e norepinefrina, interrompendo sua recaptação (reabsorção) nos neurônios cerebrais. Maiores níveis dessas substâncias químicas ajudam a manter o equilíbrio mental e o grau de dor sentido. Os efeitos colaterais incluem tontura, insônia e sonolência diurna, portanto, o médico pode também receitar um antidepressivo tricíclico para controlar quaisquer transtornos de sono. Cymbalta e Savella são exemplos de IRSNs. No Brasil há a Nefazodona (Serzone) e a Venlafaxina (Efexor) que pertencem a esse grupo de drogas.
· ISRSs: Entre os mais novos tipos de antidepressivos, eles melhoram o humor ao permitir o transporte de mais serotonina de neurônio a neurônio. Mais serotonina significa menos percepção da dor. (Os ISRSs são muito similares aos IRSNs, sendo a principal diferença que os IRSNs lidam com a serotonina ea norepinefrina.) Os ISRSs auxiliam a reduzir a fadiga, que é um dos sintomas mais debilitantes da fibromialgia. Entretanto, esses medicamentos não são perfeitos. Como os IRSNs, podem interferir na qualidade do sono, portanto, o médico pode receitar também um antidepressivo tricíclico para impedir distúrbios do sono. O cloridrato de fluoxetina (Prosac) e o cloridrato de sertralina (Zoloft) são ISRSs.
Antiepilépticos
A Lyrica é um antiepiléptico (ou anticonvulsivante) que foi o primeiro medicamento aprovado pelo FDA para o tratamento específico de fibromialgia.
Outros anticonvulsivantes, como gabapentina (Neurontin), também já foram usados para tratar sintomas associados à fibromialgia, incluindo o distúrbio da articulação temporomandibular (ATM) e dor miofascial.
Relaxantes musculares
O relaxante muscular ciclobenzaprina (Miosan) costuma ser usado no início do tratamento da fibromialgia para relaxar músculos tensos e promover um sono de qualidade. Este tipo de medicação também pode ter sucesso na redução da ATM e de outras dores associadas à fibromialgia.
Outros medicamentos para fibromialgia
Outras opção de medicamentos de venda livre, como os antiinflamatórios não esteroides (AINES), como ibuprofeno ou aspirina, não são considerados eficazes no tratamento dos sintomas da fibromialgia quando tomados como medicação isolada. Mas quando usados com outra medicação para fibromialgia, como antidepressivos, podem auxiliar na diminuição da dor. Os AINES e o acetaminofen (ou paracetamol) (Tylenol) são mais úteis para tratar as dores “comuns” que acompanham a fibromialgia: dores de cabeça e cólicas menstruais, para nomear algumas.
As benzodiazepinas, como Rivotril e Frontal, relaxam a musculatura, melhoram a qualidade do sono e reduzem a síndrome das pernas inquietas (comumente associada à fibromialgia). Ao mesmo tempo em que podem aliviar alguns dos sintomas, as benzodiazepinas agem como depressores do sistema nervoso central e criam dependência. A supervisão médica é de máxima importância ao tomar esses medicamentos.
Os analgésicos não-narcóticos, como tramadol (Sylador, Timasen, entre outros), são mais fortes que o paracetamol, mas não causam tanta dependência quanto os narcóticos. Agem no cérebro para regular a percepção da dor. Já os analgésicos opioides, como a oxicodona (Oxycontin), só devem ser usados se todas as outras opções se exauriram.
Advertência
Os medicamentos costumam provocar efeitos colaterais e outros fatores que devem ser levados em consideração. Discuta com seu médico qualquer medicamento, mesmo os de venda livre e que não apresentem risco aparente.