O que é dor cervical?

14 de setembro de 2016 | sem comentário

A coluna cervical é uma estrutura complexa e maravilhosa. Ela é capaz de suportar uma cabeça que pesa quase sete quilos ao mesmo tempo em que pode movê-la em diversas direções. Nenhuma outra região da coluna possui tal liberdade de movimentos. Entretanto, essa combinação de complexidade e mobilidade torna o pescoço suscetível a danos e dor. Essa estrutura complexa inclui sete pequenas vértebras, discos intervertebrais para amortecer choques, articulações, a medula espinhal, oito raízes, elementos vasculares, 32 músculos e ligamentos. As raízes se originam na medula espinhal como ramos de árvores através do forâmen na vértebra. Cada raiz transmite sinais (impulsos nervosos) tanto do cérebro quanto para o cérebro, ombros, braços e tórax. Um sistema vascular de quatro artérias e veias se estendem pelo pescoço, permitindo a circulação sanguínea entre o cérebro e o coração. Articulações, músculos e ligamentos facilitam o movimento e servem para estabilizar a estrutura. A mobilidade do pescoço é incomparável. Ele é capaz de mover a cabeça em muitas direções: 90 graus de flexão (movimento para frente), 90 graus de extensão (movimento para trás), 180 graus de rotação (de lado a lado) e quase 120 graus de inclinação para cada ombro. As causas de dor no pescoço são muito variadas e extensas. Veja a seguir alguns exemplos: 
Lesões e Acidentes – a lesão do tipo “chicotada” é comum em acidentes de carro. Ela é normalmente designada como uma lesão de hiperextensão e/ou hiperflexão, porque a cabeça move-se de modo forçado para trás e/ou para frente rapidamente além do alcance normal do movimento do pescoço. O movimento não natural e forçado afeta os músculos e ligamentos do pescoço. Os músculos reagem apertando e contraindo, criando fatiga muscular que resulta em dor e rigidez.

Envelhecimento – desordens degenerativas tais como osteoartrite, estenose espinhal e doenças degenerativas de disco são conhecidas por afetarem a coluna. A osteoartrite é uma desordem comum da articulação que causa deterioração progressiva da cartilagem. O corpo reage formando um novo osso denominado de osteófito (esporão), que causa um impacto no movimento da articulação. A estenose espinhal provoca estreitamento do forâmen, pequena passagem neural, com compressão e pinçamento das raízes. A estenose pode causar dor e adormecimento no pescoço, ombros e braços quando essas raízes ficam impossibilitadas de funcionar normalmente. 

A doença degenerativa de disco (DDD) pode causar a perda de hidratação dos discos intervertebrais, resultando em menor elasticidade e altura do disco. Com o tempo, um disco pode criar uma protuberância ou hérnia, causando amortecimento, formigamento e dor na extremidade superior. 

Cotidiano – má postura, obesidade e fraqueza dos músculos abdominais alteram o equilíbrio da coluna, geralmente causando inclinação do pescoço para frente para compensar. Estresse e tensão emocional podem causar compressão e contração muscular, resultando em dor e rigidez. 

Outros Processos de Transtornos – embora a dor no pescoço seja normalmente causada por esforço, uma dor prolongada e/ou um déficit neurológico podem ser uma indicação de algo mais sério. Esses sintomas não devem ser ignorados. Pode ocorrer infecção da coluna, compressão da medula espinhal, tumor, fratura e outros transtornos. No caso de alguém sofrer ferimentos na cabeça, é provável que algo além do pescoço tenha sido afetado. É aconselhável procurar ajuda médica imediatamente. 

Diagnóstico

A obtenção de um diagnóstico correto é fundamental para determinar a melhor conduta de tratamento. O médico irá anotar o histórico do paciente. A entrevista inicial durante o exame deve incluir muitas perguntas, tais como “quando a dor começou?”, “que atividades precederam a dor?”, “tratamentos prévios”, “a dor irradia ou se transfere para outras partes do corpo?”, “o que aumenta ou diminui a dor?” e assim por diante. 

Exames de Ressonância Magnética e Raio X da Coluna

Um exame físico deve incluir a observação da postura do paciente, amplitude de movimento e condição física. Qualquer movimento que gere dor deve ser anotado cuidadosamente. O médico irá apalpar ou sentir a curvatura da coluna, o alinhamento vertebral e irá detectar espasmo muscular. O exame neurológico irá testar os reflexos do paciente, a força muscular, além de detectar mudanças sensoriais e/ou motoras e a distribuição da dor. Podem ser solicitados estudos radiográficos. Um raio X da coluna pode revelar estreitamento de espaço entre os discos, fratura, formação de osteófito e osteoartrite. Protusão de discos e hérnias, geralmente responsáveis por sintomas neurológicos, são detectados através de ressonância magnética. Se houver suspeita de dano em um nervo, o médico poderá solicitar um teste especial para medir a rapidez com que os nervos conduzem os impulsos. Esses testes são denominados estudos de condução dos nervos e/ou eletromiografia. Normalmente, esses estudos não são realizados imediatamente, porque pode levar muitas semanas para que a perda da capacidade do nervo se torne aparente.


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