Série: Dor na Coluna — O Que Você Precisa Saber Antes de Desistir Episódio 2 – Já tentou de tudo e nada resolveu? Talvez ainda falte tentar o certo.
21 de outubro de 2025 | sem comentário | Categoria(s): Artigos
Quando o paciente se torna sobrevivente da própria dor
É comum ouvirmos no consultório:
“Já tentei de tudo, doutor.”
“Fiz fisioterapia, pilates, RPG, acupuntura, quiropraxia, remédio natural…”
“Tomei anti-inflamatório por conta própria por meses.”
“Passei por quatro médicos diferentes.”
“E nada resolveu.”
Essas frases não são apenas desabafos.
São relatos de exaustão física e emocional.
O paciente, ao invés de se sentir cuidado, passa a se culpar pela persistência da dor — como se não ter melhorado fosse uma falha pessoal.
Mas aqui vai um ponto fundamental:
Talvez você tenha tentado de tudo. Mas ainda não tentou o certo.
O que é “tentar o certo”? E por que isso não é tão simples quanto parece?
Para a maioria das pessoas, o caminho da dor é construído por tentativa e erro:
- Sente a dor → toma remédio.
- A dor volta → faz fisioterapia.
- A dor muda de lugar → muda de profissional.
- A dor não melhora → escuta que é “postural” ou “emocional”.
- Começa a desconfiar de si mesmo.
E assim, passam-se meses — ou até anos — sem um diagnóstico preciso.
Isso não acontece por má vontade.
Acontece porque a dor na coluna é uma especialista em disfarces.
A dor que muda de lugar, de intensidade e de identidade
Nem toda dor na coluna se manifesta como “dor nas costas”.
Veja alguns exemplos reais:
- Um paciente com hérnia de disco lombar L5-S1 pode sentir dor no joelho ou queimação na sola do pé.
- Uma compressão cervical pode causar formigamento na mão, sendo confundida com síndrome do túnel do carpo.
- Uma artropatia facetária pode parecer uma dor muscular superficial.
Ou seja: a dor é real mas a origem é frequentemente oculta.
E se não tratamos a causa, os tratamentos sintomáticos falham.
Por que a investigação profunda é tão importante?
Na Clínica Vertebrata, o foco não está apenas no alívio da dor, mas em entender o que está causando o sofrimento com precisão.
Chamamos isso de abordagem etiológica:
Investigar a causa, não apenas tratar o sintoma.
Isso exige:
- Escuta clínica detalhada
- Testes físicos direcionados
- Exames de imagem de alta precisão (ressonância magnética, tomografia, raio-x panorâmico)
- E, às vezes, testes diagnósticos como bloqueios guiados por imagem
Exemplo clínico:
Se um paciente relata dor lombar que piora ao sentar e melhora deitado, com irradiação para a perna, já suspeitamos de compressão discal.
Se há alívio temporário com anti-inflamatórios e recidiva constante, pensamos em instabilidade biomecânica.
Essa linha de raciocínio não se aprende em um fim de semana de curso.
É fruto de décadas de experiência, estudo e escuta verdadeira.
Os caminhos da dor: e quando o problema é misto?
Em muitos casos, a dor não vem de uma única estrutura.
É o que chamamos de síndrome mista ou dor multifatorial.
Exemplo clínico:
Uma paciente com dor lombar crônica, que piora ao caminhar, pode ter:
- Uma leve hérnia L4-L5
- Uma artrose facetária nos níveis adjacentes
- Uma escoliose funcional devido ao encurtamento de membro
- Uma hipersensibilização do sistema nervoso central por dor crônica mal resolvida
Tentar resolver esse caso com “mais fisioterapia” ou “mais remédio” é como passar a vida trocando curativos sem estancar o sangramento.
As armadilhas da automedicação e dos tratamentos genéricos
Muitos pacientes caem na armadilha do tratamento genérico:
- “Ah, isso resolve todo tipo de dor.”
- “Esse colágeno é bom pra coluna.”
- “Faz esse alongamento que ajuda a herniazinha.”
- “Toma esse remédio que é tiro e queda.”
Mas dor na coluna não é tudo igual.
E quanto mais tempo se perde com soluções genéricas, maior o risco da dor se tornar crônica.
A automedicação, além disso:
- Mascaram os sinais importantes que o corpo está tentando emitir
- Podem causar efeitos colaterais graves, como: úlceras, insuficiência renal e hipertensão
E quando a cirurgia é necessária? Precisa ser agressiva?
A boa notícia é: na maioria dos casos, não.
Hoje, com técnicas minimamente invasivas — como a endoscopia de coluna, uma das especialidades da Clínica Vertebrata —, é possível tratar hérnias e compressões com:
- Incisões milimétricas
- Alta no mesmo dia
- Pouca dor pós-operatória
- Retorno precoce às atividades
Não é mais necessário “abrir as costas” para tratar boa parte das dores radiculares.
Mas é preciso saber o momento certo de indicar.
Aqui entra o verdadeiro significado de “tentar o certo”:
✔ O tratamento adequado
✔ Na hora certa
✔ Com o profissional certo
Histórias que ouvimos todos os dias
O eletricista de 45 anos que tomou injeções mensais por 3 anos até descobrir uma hérnia central que podia ser retirada com endoscopia.
A professora de pilates que fazia exercícios todos os dias, mas continuava com dor porque o problema era a articulação sacroilíaca.
O aposentado de 68 anos que foi chamado de “hipocondríaco”, mas tinha uma estenose grave em L3-L4 com risco de caldequina.
Todos esses pacientes tinham algo em comum:
Sofriam com a dor e com a frustração de não serem compreendidos.
E todos melhoraram quando tentaram o que era certo para o seu caso.
Como saber se você está no caminho certo?
Pergunte-se:
- Meu diagnóstico foi baseado em imagem, exame clínico e escuta detalhada?
- O tratamento proposto foi individualizado ou genérico?
- Eu senti alívio real e sustentável com o que foi feito?
- Algum profissional cogitou uma abordagem minimamente invasiva?
- Estou sendo levado a sério?
Se a resposta for “não” para a maioria dessas perguntas, talvez seja hora de mudar de rota.
Não se culpe por não ter melhorado
Você tentou. E isso já mostra força.
Mas nem toda tentativa leva ao resultado esperado — especialmente quando a causa real ainda não foi investigada com profundidade.
Na Clínica Vertebrata, acolhemos pacientes que já passaram por todo tipo de tratamento e que, muitas vezes, estão no limite emocional.
A eles dizemos:
Agora é hora de tentar o certo.
Com escuta, com técnica, com precisão.
Porque quando se trata da sua dor,
tentativa e erro já não é mais uma opção.