Série: Dor na Coluna — O Que Você Precisa Saber Antes de Desistir Episódio 7 – “Doutor, o senhor é minha última esperança.”

21 de outubro de 2025 | sem comentário | Categoria(s): Artigos

Algumas frases chegam com mais peso do que outras:

“Doutor, o senhor é minha última esperança.”

Quem diz isso, geralmente já tentou de tudo.
Passou por vários profissionais, exames, promessas frustradas.
Carrega uma bolsa de remédios, um calhamaço de laudos — e um cansaço que vai além do físico.

Essa pessoa não está apenas pedindo tratamento.
Ela está pedindo: reconhecimento, respeito, solução.

E neste episódio, falamos com quem está no limite.
Com quem, mesmo esgotado, ainda acredita que alguém pode ajudar.

O que existe por trás de quem diz “já tentei de tudo”

Esses pacientes chegam:

  • Com dor há meses — ou anos
  • Sem conseguir dormir mais de 3 horas por noite
  • Afastados do trabalho ou se arrastando para cumprir o mínimo
  • Com medo de operar, de se mexer, de piorar
  • Desacreditados por profissionais que minimizaram o sofrimento

Alguns choram no consultório.
Outros estão anestesiados pela frustração.
Mas todos carregam algo em comum:

A dor tomou o centro da vida.

Quando a dor toma tudo

A dor na coluna — especialmente quando afeta raízes nervosas — não respeita limites.

  • Começa local (lombar, cervical, torácica)
  • Irradia para membros
  • Altera marcha, postura, sono, humor
  • Afeta apetite, sexualidade, relacionamentos

A vida se torna uma tentativa constante de não piorar.

Adaptações começam a surgir:

  • Dormir com travesseiro entre as pernas
  • Evitar escadas, filas, viagens
  • Abandonar atividades prazerosas
  • Cancelar planos, metas, encontros

O paciente se encolhe em torno da dor.
Até o mundo se resumir a isso: sobreviver à próxima crise.

A diferença entre “tentar tudo” e “tentar o certo”

Muitos realmente tentaram de tudo:

  • Fisioterapia
  • Pilates, RPG
  • Quiropraxia, acupuntura
  • Reiki, osteopatia
  • Dietas, suplementos
  • Remédios, vídeos no YouTube

Mas tudo isso foi feito sem diagnóstico preciso.
Sem escuta verdadeira.
Sem integração técnica.

O paciente não precisa tentar mais coisas. Precisa tentar o que é certo para o seu caso.

Isso exige:

  • Avaliação clínica minuciosa
  • Interpretação funcional dos sintomas
  • Correlação rigorosa com exames de imagem
  • Planejamento individualizado
  • Olhar técnico e escuta verdadeira

“E se nem cirurgia adiantou?” — Casos complexos não são casos perdidos

Na Clínica Vertebrata, também chegam pacientes que:

  • Já operaram — mas não melhoraram
  • Ou pioraram depois de alguns meses
  • Sentem dor mesmo após laudos de “cirurgia bem-sucedida”

Nesses casos, o caminho não é repetir a cirurgia — é entender o que aconteceu:

  • A técnica foi adequada?
  • Houve falha na indicação?
  • A hérnia recidivou?
  • Existe instabilidade adjacente?
  • A dor agora é neuropática?

Casos complexos merecem estratégia, não desistência.

A última esperança não é a última chance — é um voto de confiança

Quando o paciente diz:

“Doutor, o senhor é minha última esperança.”

Ele também está dizendo:

  • “Ainda acredito que alguém pode me ajudar.”
  • “Só preciso ser visto com verdade.”
  • “Estou no limite, mas ainda tento.”

Essa confiança é sagrada.
E nosso compromisso é honrá-la com tudo o que a medicina moderna, humana e precisa pode oferecer.

O que fazemos com quem chega no limite

  • Escutamos com tempo, sem pressa

A dor de anos não cabe em 15 minutos.

  • Analisamos cada detalhe da história clínica

Inclusive exames antigos e tratamentos prévios.

  • Solicitamos novos exames quando necessário

Sempre com hipóteses claras e direcionadas.

  • Propomos um plano viável, por etapas, com metas reais

Nada de promessas vazias.

  • Reacendemos a autonomia do paciente

Sentir-se parte do processo é o primeiro passo para sair do ciclo da dor.

Tratamentos para quem já “tentou tudo”

Entre as soluções que aplicamos:

Endoscopia revisional

– Para hérnias recidivadas ou cicatrizes compressivas após cirurgia

Bloqueios sequenciais com diagnóstico progressivo

– Alívio e mapeamento simultâneo

Denervações facetárias e sacroilíacas

– Com radiofrequência, sem internação

Estudo funcional com reabilitação personalizada

– Foco em neuroplasticidade e readaptação de marcha e postura

Encaminhamento multiprofissional

– Acesso a reabilitação, dor, psiquiatria, fisioterapia especializada

Aqui, tratamos a dor como fenômeno complexo — e tratável.

Conclusão: se você chegou até aqui, ainda não é o fim

A dor crônica pode esgotar, mas não define quem você é.
Você é mais do que uma hérnia.
Mais do que uma ressonância.
Mais do que a rotina de remédios.

Você é alguém que resistiu.

E se você ainda está tentando —
É porque ainda existe caminho.

Na Clínica Vertebrata, trabalhamos com:

  • Técnica
  • Verdade
  • Esperança realista

Porque a última esperança, quando bem cuidada,
pode ser o recomeço da sua história.


E se você chegou dizendo “Doutor, o senhor é minha última esperança”…
então vamos fazer valer.

 

Médico neurocirurgião especialista em tratamentos da coluna vertebral, é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Academia Brasileira de Neurocirurgia e Sociedade Brasileira de Coluna, bem como da North American Spine Society e Spinal Artroplasty Society.


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