Série: Dor na Coluna — O Que Você Precisa Saber Antes de Desistir Episódio 6 – “A dor é invisível, mas ela é real.”
21 de outubro de 2025 | sem comentário | Categoria(s): Artigos
A dor crônica muitas vezes não aparece no exame de sangue.
Não incha. Não sangra. Não inflama como uma garganta infeccionada.
Às vezes, nem mesmo a imagem da ressonância mostra algo “grave” o suficiente para justificar o que você sente.
E ainda assim:
- Você não dorme.
- Não caminha direito.
- Perde o apetite, o humor e a esperança.
Por isso, tantos pacientes acabam dizendo — em voz baixa ou grito abafado:
“Ninguém acredita em mim.”
E é por isso que hoje, com clareza e convicção, afirmamos:
A dor é invisível. Mas ela é real.
Dor invisível é dor subestimada — e isso adoece em dobro
A dor na coluna — especialmente quando afeta nervos — pode ser:
- Intermitente
- Difusa
- Sem sinais físicos visíveis
Ela não deixa hematomas.
Não causa febre.
Não altera exames laboratoriais.
E por isso, muitos pacientes são tratados com:
- Descrédito
- Ironia
- Simplificações perigosas
Frases como:
“É só tensão.”
“Isso é psicológico.”
“Você está muito ansioso.”
“Não tem nada demais no exame.”
“Você precisa ser mais forte.”
Essas palavras não aliviam — agravam.
Elas somam à dor física o peso de não ser levado a sério.
A anatomia do invisível: como a dor pode ser real mesmo sem sinais aparentes
A dor pode ter diversas origens, mesmo quando a estrutura parece sutil ou “normal”. Exemplos reais:
- Hérnia pequena em L5-S1, mas dor intensa irradiando para o pé
- Artropatia facetária que não aparece na ressonância, mas causa travamentos diários
- Estenose leve que provoca dormência nas pernas ao andar
- Hipersensibilização central após meses de dor mal tratada
A dor é uma experiência subjetiva, complexa, e precisa de escuta e técnica para ser compreendida.
Quando a medicina não escuta, a dor fala mais alto
Na Clínica Vertebrata, recebemos pacientes com:
- Queixas antigas
- Exames aparentemente “normais”
- Um histórico de frustração
- Um olhar cansado
Eles carregam receitas, laudos e o silêncio de quem parou de tentar explicar.
Já ouviram:
“Tem que acostumar.”
“É só uma lombalgia.”
“Não encontramos nada grave.”
Mas o corpo deles conta outra história. E nós sabemos escutar.
Dor é biologia, não frescura
A dor afeta muito mais que o local incômodo:
- Sono
- Apetite
- Humor
- Memória
- Produtividade
- Relacionamentos
A dor prolongada modifica o cérebro.
Há alterações reais em regiões como:
- Tálamo
- Córtex pré-frontal
- Sistema límbico
Não é drama. É fisiologia.
A boa medicina não desqualifica o que não entende.
Ela investiga com humildade, método e escuta verdadeira.
“Mas o exame está normal…” — e agora?
Sim, há casos em que a imagem está limpa. Mas a clínica é soberana.
Exemplo:
Um paciente com ressonância sem grandes alterações pode relatar dor intensa ao:
- Sentar
- Levantar
- Tocar os pés
- Ficar em pé por mais de 10 minutos
Isso indica padrões funcionais que não aparecem na imagem, mas falam através do corpo.
Nestes casos, utilizamos:
- Avaliações clínicas específicas
- Estudos funcionais do movimento
- Bloqueios diagnósticos para confirmar hipóteses
Aqui, o paciente vem antes do laudo.
Tratar o invisível com precisão
Na Clínica Vertebrata, usamos recursos específicos para dores sutis ou de origem complexa:
Bloqueios seletivos guiados por imagem
- Identificam se a dor vem da raiz nervosa, faceta articular ou sacroilíaca
Protocolo de dor neuropática
- Para pacientes com queimação, formigamento, dormência ou choques
- Uso de medicações que modulam os canais de dor do sistema nervoso
Estudo funcional do movimento
- Avaliação da marcha, estabilidade pélvica e mecânica da coluna
Denervação por radiofrequência
- Para dores articulares persistentes, mesmo sem imagem “alarmante”
O invisível não é impossível de tratar.
Ele exige olhar clínico, ferramentas adequadas e escuta verdadeira.
Conclusão: se você sente, é porque existe
Não importa se o exame diz que está “tudo bem”.
Se você sente dor, então não está tudo bem.
A dor pode ser invisível aos olhos —
Mas é nítida para quem vive dentro do próprio corpo.
E esse corpo pede:
- Ajuda
- Compreensão
- Técnica
- Respeito
Na Clínica Vertebrata, a dor do paciente é prioridade clínica, não exagero emocional.
Porque:
O que não aparece na imagem pode ser revelado pela escuta.
A dor é invisível.
Mas com o olhar certo, ela encontra caminho para ser compreendida — e, finalmente, aliviada.