Tumores na coluna: sintomas, causas e tratamento.

16 de maio de 2024 | sem comentário | Categoria(s): tratamento dor nas costas

As dores nas costas são um incômodo comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, em alguns casos, essas dores podem ser um sintoma de algo mais sério, como um tumor na coluna. Embora seja uma condição menos comum, os tumores na coluna podem causar uma série de complicações e exigem atenção médica imediata.

Neste blog, mergulharemos no mundo dos tumores na coluna, explorando suas causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento. Vamos desvendar a complexidade por trás dessa condição e fornecer informações essenciais para ajudá-lo a entender melhor e reconhecer os sinais de alerta.

Se você está preocupado com dores persistentes nas costas ou deseja saber mais sobre como identificar e lidar com possíveis tumores na coluna, continue lendo. Este artigo oferecerá insights valiosos e orientações úteis para ajudá-lo a proteger sua saúde e bem-estar.

O que é o tumor na coluna?


Um tumor na coluna é uma condição médica caracterizada pelo crescimento anormal e descontrolado de células na estrutura da coluna vertebral. Essas células, em vez de crescerem e se dividirem de forma ordenada e controlada, proliferam de maneira desorganizada, formando uma massa de tecido anormal. Essa massa pode se desenvolver tanto dentro das vértebras (intra-raquidianas) quanto ao redor delas (extra raquidianas), podendo afetar os tecidos circundantes, como os nervos, a medula espinhal e até mesmo os ossos adjacentes.

Os tumores na coluna podem surgir em diferentes regiões da coluna vertebral, incluindo o pescoço (região cervical), o meio das costas (região torácica) e a região lombar. Eles podem variar em termos de tamanho, localização e gravidade, apresentando uma ampla gama de sintomas e complicações, dependendo da área afetada e do tipo de tumor.

O que são tumores primários e secundários na coluna?

 

Os tumores primários se originam diretamente na coluna vertebral, enquanto os tumores secundários (ou metastáticos) se desenvolvem a partir de células cancerígenas que se espalharam de outros órgãos para a coluna.

 

A identificação precoce de um tumor na coluna é fundamental para iniciar o tratamento o mais rápido possível e maximizar as chances de sucesso. Embora nem todos os tumores na coluna sejam malignos, é crucial uma avaliação médica completa para determinar a natureza do tumor e o curso adequado de tratamento. Em casos graves, os tumores na coluna podem levar a complicações neurológicas, comprometimento da mobilidade e até mesmo risco de vida, destacando a importância da intervenção médica imediata e adequada.

 

Quais são os tipos de tumores na coluna?

Existem dois tipos principais de tumor na coluna: benigno e maligno.

Os tumores benignos resultam de uma proliferação anormal de células em uma estrutura específica da coluna, como as vértebras, nervos ou medula. Embora geralmente cresçam mais lentamente que os tumores malignos, eles têm uma tendência à recorrência e podem comprometer progressivamente a integridade estrutural da coluna ao longo do tempo.

Por outro lado, os tumores malignos, sejam eles primários (originados na coluna) ou metastáticos (originados em outros órgãos e se espalharam para a coluna), apresentam um crescimento rápido e invasivo. Eles têm o potencial de infiltrar-se nos tecidos circundantes e destruir rapidamente a estrutura óssea da coluna, assim como outras estruturas anatômicas adjacentes, como nervos, dura-máter e medula espinhal. Devido ao seu comportamento biológico agressivo, os tumores malignos exigem um diagnóstico e tratamento imediatos para evitar complicações graves.

Sintomas dos tumores da medula espinhal

Os sintomas dos tumores da medula espinhal é  causada pela pressão exercida sobre a medula espinhal e as raízes nervosas adjacentes. Essa pressão pode levar a uma variedade de sintomas, incluindo:

  1. Dor nas costas progressiva: A dor nas costas pode piorar gradualmente ao longo do tempo, sendo mais intensa à noite e podendo diminuir temporariamente com o movimento pela manhã.
  2. Alterações neurológicas: À medida que a pressão sobre a medula espinhal aumenta, podem ocorrer sintomas como diminuição da sensibilidade, fraqueza progressiva ou até mesmo paralisia nas áreas controladas pelas partes da medula espinhal abaixo do ponto de compressão.
  3. Disfunção sexual: Em alguns casos, os tumores na coluna podem levar à disfunção erétil em homens.
  4. Incontinência urinária e fecal: A pressão sobre a medula espinhal também pode resultar na perda do controle da bexiga e do intestino.

Além disso, a pressão sobre as raízes nervosas espinhais pode causar sintomas específicos, como dor, dormência, formigamento e fraqueza muscular nas áreas inervadas pela raiz nervosa afetada. A dor pode se irradiar ao longo do trajeto do nervo comprimido.

Os tumores malignos na coluna podem apresentar sintomas adicionais, como dor localizada, sintomas radiculares (dor irradiada para braços ou pernas), alterações neurológicas, perda de controle da micção ou evacuação, instabilidade mecânica da coluna, dor nas costas e até deformidade da coluna.

Diagnóstico?

Para diagnosticar um tumor na coluna vertebral, o primeiro passo é realizar uma avaliação detalhada da história clínica e um exame físico minucioso. Durante esse processo, é importante verificar a presença de qualquer tumor perceptível, edema, sensibilidade e outros sinais de envolvimento. Além de avaliar o movimento, alinhamento e força dos membros.

Um exame neurológico completo também é essencial. Isso envolve testes sensoriais para avaliar a sensibilidade à temperatura, dor e pressão, testes motores para avaliar a força muscular, e avaliação dos reflexos do sistema nervoso.

Além disso, exames de imagem são fundamentais para confirmar o diagnóstico e determinar a extensão do tumor. Radiografias podem ser úteis na identificação de tumores ou luxações, enquanto a cintilografia óssea pode detectar alterações meses antes de aparecerem nas radiografias. A tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância magnética (RM) são necessárias para uma avaliação mais detalhada da condição.

Para determinar a origem do tumor e sua natureza benigna ou maligna, uma biópsia é  realizada. Feita de forma minimamente invasiva, guiada por ultrassom ou tomografia computadorizada, ou durante uma cirurgia realizada pelo cirurgião especialista. Em alguns casos, a biópsia é realizada simultaneamente ao tratamento.

Como é o tratamento do tumor da coluna?

O tratamento para tumores na coluna vertebral varia conforme o tipo específico de tumor. Exigindo abordagens personalizadas que podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia.

Em tumores benignos, procedimentos cirúrgicos para a ressecção da lesão geralmente são eficazes. Por outro lado, para tumores malignos, a cirurgia de reconstrução da coluna é frequentemente necessária para além da remoção do tumor, buscando restaurar a estrutura e funcionalidade da coluna vertebral.

As opções de tratamento incluem:

  1. Cirurgia para tumores na coluna vertebral: A remoção cirúrgica é comum, especialmente quando o tumor está causando compressão na medula espinhal.
  2. Quimioterapia: Recomendada para certos tipos de cânceres que respondem bem a esse tratamento.

Terapia Alvo e Imunoterapia: Utilizadas conforme o tipo específico de câncer.

O prognóstico

O prognóstico varia dependendo do tipo de câncer, estágio da doença e resposta ao tratamento. Tumores metastáticos na coluna vertebral geralmente têm um prognóstico mais reservado.

As técnicas cirúrgicas visam reduzir o tamanho do tumor, descomprimir a medula espinhal e os nervos, além de estabilizar os elementos ósseos da coluna.

Centros especializados e abordagens multidisciplinares aumentam as chances de sucesso no tratamento.

O objetivo da cirurgia é melhorar a expectativa de vida e/ou qualidade de vida, reduzindo a dor e preservando a funcionalidade dos membros e órgãos.

Médico neurocirurgião especialista em tratamentos da coluna vertebral, é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Academia Brasileira de Neurocirurgia e Sociedade Brasileira de Coluna, bem como da North American Spine Society e Spinal Artroplasty Society.


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