Cisto Facetário: Entenda o que é, causas e cirurgia

19 de junho de 2024 | sem comentário | Categoria(s): tratamento dor nas costas

Um cisto facetário, também conhecido como cisto sinovial, é uma formação de bolsa ou cavidade que surge nas articulações facetárias da coluna vertebral e se preenche com líquido sinovial. Esses cistos têm a capacidade de se desenvolver em diferentes regiões da coluna vertebral, adaptando-se às diversas estruturas e níveis vertebrais.

Neste artigo, abordaremos as principais causas do cisto sinovial na coluna, os métodos de diagnóstico utilizados para identificá-lo e as situações em que a cirurgia é indicada para melhorar os sintomas associados ao cisto facetário. Acompanhe para obter mais informações sobre esse tema importante.

 

O que é Cisto Facetário?

Um cisto facetário, também denominado cisto sinovial ou cisto articular, é uma bolsa preenchida com fluido que se forma nas articulações facetárias da coluna vertebral. Estas articulações são cruciais para estabilizar a coluna e possibilitar sua flexibilidade durante o movimento.

Geralmente, os cistos facetários se desenvolvem na região lombar, especialmente entre as vértebras L4 e L5. Essa região da coluna vertebral é mais propensa à formação de cistos devi do à sua maior mobilidade e ao estresse mecânico aumentado ao qual está sujeita. Esse estresse adicional pode levar à degeneração das articulações facetárias, culminando na formação dos cistos.

 

Quais as causas do Cisto Facetário ?

Os cistos facetários na coluna podem surgir devido a diversas razões, frequentemente relacionadas à condição geral da coluna vertebral. Alguns dos principais fatores incluem:

Degeneração: Este é um dos fatores mais comuns associados ao surgimento de cistos facetários. Com o envelhecimento, as articulações facetárias podem sofrer degeneração devido ao desgaste natural, à presença de artrite, à perda de cartilagem e a outras mudanças degenerativas. Essa degeneração pode estimular a formação de cistos como uma resposta do corpo para estabilizar a articulação afetada.

Traumas: Lesões na coluna podem desencadear o aparecimento de cistos facetários. Essas lesões podem ser causadas por acidentes, quedas, práticas esportivas ou mesmo pequenos traumas repetitivos ao longo do tempo. Esses eventos podem causar inflamação e inchaço nas articulações facetárias, contribuindo para o desenvolvimento dos cistos.

Instabilidade na Coluna: Esta condição pode surgir devido a uma variedade de fatores, incluindo degeneração dos discos intervertebrais, lesões anteriores ou doenças que afetam a integridade estrutural da coluna vertebral. A instabilidade pode resultar em movimentos anormais entre as vértebras, sobrecarregando as articulações facetárias e favorecendo o surgimento dos cistos.

 

Como diagnosticar o Cisto Facetário ?

O diagnóstico de um cisto facetário geralmente requer uma avaliação abrangente que combina histórico médico, exame físico e estudos de imagem. Os métodos de diagnóstico incluem:

Ressonância Magnética (RM): Este é o principal método de imagem para identificar cistos facetários. A RM oferece imagens detalhadas dos tecidos moles, permitindo a visualização precisa dos cistos sinoviais, além de avaliar se há compressão nervosa associada.

Raio X: Este exame fornece uma visão geral da anatomia vertebral. Pode revelar também condições subjacentes na coluna que podem contribuir para o desenvolvimento do cisto, como artrite ou outros sinais de degeneração.]

Histórico Médico e Exame Físico: O médico inicia o processo de diagnóstico investigando seus sintomas, histórico médico e possíveis lesões anteriores ou atividades que possam estar relacionadas à sua condição. Durante o exame físico, são avaliados a dor, a amplitude de movimento e a sensibilidade na região afetada da coluna.

Tomografia Computadorizada (TC): Embora não seja tão sensível quanto a RM na detecção de cistos facetários, a TC pode oferecer imagens detalhadas da estrutura óssea da coluna vertebral, auxiliando na avaliação do cisto e de outras condições associadas.

 

Principais Sintomas e Tratamento

Na maioria dos casos, os cistos facetários são assintomáticos e geralmente são detectados por meio de exames médicos. No entanto, quando os sintomas estão presentes, podem incluir:

Lombalgia: A dor lombar é um dos sintomas mais comuns associados aos cistos facetários, especialmente se o cisto estiver localizado na região lombar da coluna. Essa dor pode ser resultado da inflamação na articulação facetária e do inchaço provocado pelo cisto.

Formigamento ou Fraqueza: Em alguns casos, os pacientes podem experimentar sensações de formigamento ou fraqueza nos membros afetados, especialmente se o cisto estiver pressionando os nervos adjacentes.

Rigidez e Redução da Mobilidade: O cisto facetário também pode causar rigidez na região afetada da coluna vertebral, levando a uma redução na amplitude de movimento e na flexibilidade.

Para o tratamento as opções são:

Medicamentos: Usamos analgésicos, como os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), para diminuir a dor e a inflamação do cisto facetário. Em algumas situações, prescrições de relaxantes musculares ou analgésicos mais potentes podem ser necessárias, dependendo da necessidade do paciente.

Fisioterapia: Para alguns pacientes, é recomendada uma série de sessões de fisioterapia com o objetivo de fortalecer os músculos ao redor da coluna, melhorar a flexibilidade e reduzir a pressão sobre as articulações facetárias e o cisto.

Terapia com calor e frio: O uso alternado de compressas quentes e frias também pode ser uma opção para proporcionar alívio temporário da dor e da inflamação.

 

Quando é necessário cirurgia?

Em geral, a maioria dos cistos pode ser temporária e se resolver espontaneamente; no entanto, é importante observar que existe o risco de recorrência.

O médico decide pela cirurgia com base nas características individuais de cada paciente. Normalmente, consideramos a intervenção cirúrgica quando tratamentos conservadores, como fisioterapia, medicação e mudanças no estilo de vida, não aliviam os sintomas de forma satisfatória.

Portanto, a cirurgia visa aliviar as dores causadas pelo cisto e restaurar a qualidade de vida do paciente.

 

Procedimentos cirúrgicos

Quando os cistos sinoviais na coluna necessitam de cirurgia para remoção ou tratamento com injeção de medicamentos, os profissionais geralmente empregam as seguintes técnicas:

Endoscopia da coluna:A endoscopia da coluna, também conhecida como cirurgia endoscópica da coluna, é um procedimento minimamente invasivo utilizado para tratar várias condições da coluna, incluindo cistos facetários. Nesse contexto, a decisão de optar por uma endoscopia da coluna depende de vários fatores. Além disso, entre esses fatores estão a localização e o tamanho do cisto, a saúde geral do paciente e as condições específicas da coluna.

A infiltração na coluna: O médico pode recomendar a infiltração na coluna, ou injeção de medicamentos, para tratar cistos facetários em alguns casos.Esse tipo de procedimento, frequentemente chamado de injeção de corticosteroide epidural ou injeção facetária, tem como objetivo reduzir a inflamação e a dor associadas aos cistos facetários.

 

Laminectomia: A laminectomia lombar é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção de uma parte da vértebra conhecida como lâmina, localizada na porção posterior da coluna vertebral. Esse procedimento trata cistos facetários, especialmente quando eles comprimem estruturas neurais, como os nervos espinhais.

Como resultado, o paciente pode experimentar dor, formigamento, fraqueza ou complicações neurológicas mais graves.

Artrodese: Além de remover o cisto, realizamos a fusão intervertebral para tratar instabilidades associadas, como espondilolistese, aumento do líquido facetário ou escoliose.

Se você está enfrentando sintomas ou deseja prevenir complicações relacionadas aos cistos facetários, não deixe sua saúde esperar. Entre em contato com a Clínica Vertebrata para obter orientação especializada e tratamento adequado.

 

 

Médico neurocirurgião especialista em tratamentos da coluna vertebral, é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Academia Brasileira de Neurocirurgia e Sociedade Brasileira de Coluna, bem como da North American Spine Society e Spinal Artroplasty Society.


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