Escoliose infantil: Causas, sintomas e tratamento
29 de junho de 2017 | sem comentário | Categoria(s): doenças da coluna, Escoliose
Conhecer as causas e sintomas da escoliose infantil é importante para definir o tratamento e evitar dores na coluna na idade adulta.
Doença pode surgir ainda na infância, desviando a coluna para esquerda ou direita em forma de “S”. Se não tratada, a escoliose infantil pode comprometer as funções respiratórias e aumentar os riscos de dores na coluna na idade adulta
O desvio tridimensional da coluna vertebral é definido na literatura médica como escoliose. A escoliose é uma deformidade que pode ocorrer em qualquer faixa etária, sobretudo entre os sete e dez anos de idade, quando se inicia o estirão do crescimento.
Nessa fase, a escoliose é nomeada infantil ou juvenil, devendo os pais ou responsáveis pela criança buscar rapidamente o tratamento para impedir a evolução da doença.
Quais são os riscos da escoliose infantil?
Na maioria dos casos, a escoliose infantil possui origem genética, sendo, portanto, mais frequente entre pessoas de uma mesma família. Em alguns quadros, porém, a doença pode estar associada a defeitos congênitos; causas neurológicas; musculares, conjuntivas ou a patologias primárias da coluna vertebral.
Sintomas da escoliose infantil
É importante ressaltar que a criança com escoliose raramente sente dores ou qualquer desconforto na coluna − exceto em quadros mais graves. Dessa forma, os sinais iniciais da doença podem passar despercebidos, caso os pais não estejam atentos à postura do filho. Ao notar qualquer assimetria no tronco da criança, é essencial agendar uma consulta com um médico especialista em coluna.
Em casos mais graves, a escoliose pode gerar deformações nas costas, ombros e quadris, além de dores vertebrais quando evolui sem tratamento para a idade adulta. Problemas cardiorrespiratórios também podem ocorrer em escolioses com desvio superior a 70º, assim como a deterioração progressiva das vértebras.
Diagnóstico da escoliose em crianças
O exame físico é o ponto de partida para diagnosticar a escoliose infantil. Com a criança em pé na postura ereta e com a ajuda de instrumentos topográficos, o médico poderá observar os seguintes sinais: assimetria nas escápulas, membros inferiores, cristas ilíacas e desnível dos ombros. Na sequência, é feito o Teste de Adams, no qual a criança deve flexionar o tronco sem dobrar os joelhos, permitindo a visualização de curvaturas anormais na região lombar e assimetrias no tronco.
Caso haja qualquer sinal positivo de escoliose, o médico poderá solicitar exames complementares como radiografias, testes neurológicos e ressonâncias magnéticas.
Como é o tratamento da escoliose infantil?
Na maior parte dos casos, a escoliose infantil ou juvenil pode ser tratada com fisioterapia, exercícios físicos e uso de coletes posturais, de acordo com as particularidades do diagnóstico.
Entre as técnicas fisioterápicas mais efetivas está a RPG (Reeducação Postural Global), que contribui para a estabilização ou redução do encurvamento, sendo indicada para os estágios iniciais da escoliose (inferior a 20 º). A RPG atua na autocorreção da postura, considerando não apenas a coluna vertebral, mas todos os grupos de músculos e articulações envolvidos na sustentação do corpo.
Quando a RPG é indicada como tratamento primário para a escoliose, é importante que ela seja aplicada com base na SEAS (Scientific Exercises Approach to Scoliosis ou, em tradução, Abordagem de Exercícios Científicos para Escoliose). Trata-se de um protocolo fisioterapêutico criado pela ISICO (Istituto Scientifico Italiano Colonna Vertebrale).
A SEAS foi reconhecida pela Sociedade Internacional de Tratamento Ortopédico e Reabilitação da Escoliose como a metodologia mais efetiva para tratamento não cirúrgico da escoliose idiopática, ou seja, não associada a doenças do tecido conjuntivo ou distúrbios neurológicos.
Tratamento cirúrgico para escoliose infantil
Em arqueamentos superiores a 50º, que não respondem ao tratamento fisioterápico, é necessário recorrer à cirurgia para restabelecer a fisiologia normal da coluna.
O procedimento consiste em uma artrodese, isto é, o realinhamento e reintegração das vértebras por meio de enxertos especiais e implantação de parafusos. O resultado final dependerá da flexibilidade da curvatura: quanto mais flexível, maior será o grau de correção obtido na cirurgia. A maioria dos pacientes obtém curvas inferiores a 25 º que são imperceptíveis esteticamente e não oferecem nenhum risco ao sistema respiratório.
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