Osteoartrite atinge as articulações das mãos, coluna, joelhos e quadris

14 de julho de 2016 | sem comentário | Categoria(s): Artrites

Osteoartrite - Dores nas articulaçoes

A osteoartrite ou doença articular degenerativa afeta as articulações das mãos, joelhos, quadris, na maioria das vezes, de mulheres com mais de 45 ou 50 anos de idade.

Artrite é o termo geral que descreve diversas doenças causadoras de sensibilidade, dor, inchaço e rigidez nas articulações, além de anormalidades em vários tecidos moles do corpo. Várias formas de artrite afetam milhões de pessoas em todo mundo e são a principal razão das incapacitações físicas.

Ente as diversas variedades de artrite, a mais comum, a mais frequentemente incapacitante e muitas vezes a mais dolorosa é a osteo (osso) artrite, que geralmente afeta as articulações que apoiam o peso (quadris e joelhos), além de mãos, pés e coluna vertebral.

Articulações normais são como dobradiças no ponto de união entre um ou mais ossos, cujas extremidades são cobertas por cartilagem e lubrificadas pelo líquido sinovial que fica no interior de uma cápsula (a bursa). Normalmente, as articulações exercem pouquíssima fricção e se movimentam com facilidade. Com a degeneração articular, a cartilagem fica áspera e desgastada, fazendo com que as articulações rocem uma na outra, gerando inflamação e dor, além de esporões ósseos. O líquido lubrificante pode ficar ralo e o revestimento articular inchado e inflamado.

Uma pesquisa feita, em conjunto, pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Sociedade Brasileira de Reumatologia, Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação e Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho estimou que até o fim de 2015 a doença atingiria mais de 12 milhões, de brasileiros. Mas os números foram além da previsão. Até dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde registrou 15 milhões atingidos pela doença no país.

osteoartrite dores articulaçoes

Onde ocorre a Osteoartrite

A cartilagem é uma forma de tecido conjuntivo geralmente viscoso e elástico que reveste as extremidades das articulações ósseas. Em parte, a cartilagem serve como proteção e absorve choques, minimizando os impactos que possam resultar do uso constante que as deixam sujeitas a um considerável desgaste durante a vida.

De fato, trabalho pesado, esportes, lesões frequentes e obesidade custam caro demais para as articulações dos membros e da coluna. Todas as articulações devem ser exercitadas para serem saudáveis, mas se isso for excessivo os danos articulares podem lentamente se acumular.

Além de ocorrer nos quadris, joelhos e coluna lombar, a artrite comumente acomete o pescoço, as articulações dos dedos mindinhos, a base do polegar e o hálux (dedão do pé). Nódulos (massas de osso e cartilagem) podem se formar nos dedos da mão aos lados da unha ou nas margens das articulações, tornando-se avermelhados, sensíveis e inchados.

A deterioração da cartilagem dos quadris e dos joelhos pode ser grave o bastante para exigir a substituição da articulação. A osteoartrite localizada em outras articulações, como a do maxilar, geralmente se deve à lesão ou estresse.

Sintomas da Osteoartrite

A osteoartrite se caracteriza principalmente por rigidez e dor nas articulações, embora nem todas as pessoas acometidas por esse mal sintam dor ou fiquem incapacitadas. A rigidez e a dor tendem a ser pior pela manhã (especialmente nos 30 minutos que se seguem ao acordar) e depois à noite, o que costuma ser chamado de “dor dos primeiros movimentos”. Isso vai melhorando durante o dia à medida que a pessoa dá andamento às suas atividades cotidianas. Dor que interrompe o sono geralmente é um indicador.

Outros sintomas da Osteoartrite incluem:

  • Inchação e calor em uma ou mais articulações durante mudanças climáticas (o que pode estar relacionado às mudanças de pressão barométrica e resfriamento do ar)
  • Sensibilidade localizada quando a articulação ou área afetada da coluna é pressionada
  • Dor contínua ou intermitente em uma articulação, que geralmente é descrita como um tipo de dor persistente e de intensidade moderada. A dor pode se agravar com o movimento
  • Perda de flexibilidade de uma articulação, como a incapacidade de se curvar para pegar alguma coisa no chão
  • Sensação de esmigalhamento ou ruído de roçar de ossos quando a articulação se move (denominado crepitação), particularmente percebida no pescoço
  • Curva anormal na coluna que pode se dever a uma contração muscular desequilibrada
  • Sensação de beliscão, formigamento ou dormência num nervo ou na medula espinhal, o que pode ocorrer devido à formação de esporões nas margens das articulações da coluna, que irritam os nervos.

Diagnóstico da Osteoartrite

Qualquer paciente que sinta dor nas costas ou rigidez em uma ou mais articulações por mais de duas semanas deve procurar seu médico para fazer uma avaliação.

A avaliação geralmente compreende uma discussão dos sintomas e um histórico médico detalhado, um exame físico e, se houver suspeita de osteoartrite, uma série de radiografias.

Outros exames (de sangue, ressonâncias ou tomografias) podem ser feitos para confirmar a presença de artrite na coluna vertebral ou para excluir outras doenças que possam provocar sintomas semelhantes, como tumor espinhal, infecção, fratura ou outros tipos de artrite.

A importância do tratamento da Osteoartrite

Os pacientes com osteoartrite que desempenham um papel ativo no próprio tratamento podem evitar danos adicionais à articulação e geralmente conseguem continuar com a maioria de suas atividades normais.

O fundamental para administrar o problema é obter um diagnóstico preciso e dar início sem demora a um tratamento pró-ativo. A maioria desses tratamentos se concentra em reduzir a dor e a inflamação associada à osteoartrite e manter a mobilidade e flexibilidade necessárias para continuar com suas atividades.

Já ficou claro que para controlar a osteoartrite exige-se uma combinação de exercício adequado, mobilidade articular, controle do peso, nutrição e uso da medicação indicada.

Médico neurocirurgião especialista em tratamentos da coluna vertebral, é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Academia Brasileira de Neurocirurgia e Sociedade Brasileira de Coluna, bem como da North American Spine Society e Spinal Artroplasty Society.


Leia também


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *