Lesão na coluna do jogador Neymar é mais comum do que você pensa

7 de julho de 2014 | sem comentário | Categoria(s): coluna lombar, dor na coluna, dores nas costas

O Brasil inteiro está acompanhando de perto os desdobramentos da lesão que o jogador Neymar sofreu durante o jogo do Brasil contra a Colômbia e que o tirou da Copa do Mundo.

Mas além da preocupação com o sucesso da seleção, há muitos motivos para você prestar atenção neste assunto: este tipo de lesão na coluna é comum e pode acontecer com qualquer pessoa.

Após receber uma pancada (joelhada) do jogador Zuñiga, Neymar fraturou a terceira vértebra lombar da coluna (L3). A lesão não é grave, mas limita os movimentos e provoca dor intensa.

O tratamento não requer cirurgia, apenas imobilização por uma cinta que funciona como a peça de vestuário íntimo feminino, o espartilho – ela aperta a coluna e garante maior estabilidade na região – e deve ser usada por cerca de oito semanas. A recuperação do jogador é total e ele certamente voltará a jogar, embora não a tempo para as próximas partidas do mundial (para a tristeza de muita gente).

Talvez você esteja pensando “mas eu não jogo futebol ou outro esporte de contato, quais as chances de levar uma joelhada nas costas?” Muitas. Quem responde é o Doutor Ailton Moraes, da Clínica Vertebrata. Ele explica que essa lesão na coluna é muito comum e pode ocorrer a nível doméstico, quando você escorrega no banheiro ou num piso molhado, por exemplo.

Basta você cair numa superfície rígida – no caso de Neymar foi ao contrário, a superfície rígida é que “caiu” em cima dele. “Chegamos a atender uns três casos por semana de fraturas como essa”, revela o dr. Ailton.

Por isso, esteja sempre atento por onde anda, tome cuidado para não escorregar e evite acidentes.

Embora a fratura de Neymar não tenha acarretado nenhum dano neurológico, qualquer lesão na coluna pode apresentar riscos e em casos graves a pessoa pode até ficar paraplégica.

Dr. Aílton Moraes

Médico neurocirurgião especialista em tratamentos da coluna vertebral, é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Academia Brasileira de Neurocirurgia e Sociedade Brasileira de Coluna, bem como da North American Spine Society e Spinal Artroplasty Society.