Série: Dor na Coluna – O Que Você Precisa Saber Antes de Desistir Episódio 1 – A dor não está na sua cabeça. Está no seu nervo.

21 de outubro de 2025 | sem comentário | Categoria(s): Artigos

A dor que ninguém vê: quando o problema está no nervo, não na cabeça

Você já deve ter ouvido ou pensado a frase:
“Será que essa dor está na minha cabeça?”
Talvez tenha escutado isso de um colega, de um médico, ou até de um familiar.

Mas deixe-me começar esse texto com uma afirmação clara:

A dor não está na sua cabeça. Ela está no seu nervo. E isso muda tudo.

 

O nervo comprimido: um gatilho silencioso, mas devastador

A coluna é uma das estruturas mais complexas do corpo humano. Ela sustenta, protege e conecta. E, no seu interior, passam as raízes nervosas que controlam boa parte das funções motoras e sensoriais do corpo.

Quando um disco intervertebral desgasta, abaula ou extravasa seu conteúdo (a famosa “hérnia de disco”), ele pode encostar ou comprimir diretamente um nervo.

E o que acontece a seguir?

  • Uma dor que não respeita horário
  • Um incômodo que não aparece nos exames de sangue
  • Uma angústia que não melhora com um anti-inflamatório simples

A dor muda a forma como você anda, senta, dorme, trabalha, pensa e vive.
E, ironicamente, quanto mais você tenta ignorá-la, mais ela grita.

 

Por que é tão difícil diagnosticar a dor na coluna?

Porque ela não é sempre óbvia. Às vezes, ela se manifesta como:

  • Uma queimação na perna (como se fosse muscular)
  • Uma dormência nos dedos dos pés (como se fosse circulação)
  • Uma dor nas costas que irradia para o quadril (como se fosse artrose)

Ou seja: a dor pode estar no nervo, mas o corpo sente em outro lugar.

Isso leva muitos pacientes a peregrinarem por ortopedistas, reumatologistas, fisiatras, acupunturistas e até psicólogos, sem que o verdadeiro ponto de origem seja tratado.

É aqui que entra a importância de um especialista em coluna com experiência clínica e acesso a imagens de alta precisão (ressonância, tomografia, testes funcionais).

 

A dor na coluna tem solução?

Sim e muitas vezes, sem cirurgia aberta.

É natural que, ao ouvir “coluna” e “nervo”, a primeira imagem que surja seja de uma grande cirurgia, internação longa e meses de recuperação.

Mas isso está mudando.

Na Clínica Vertebrata, utilizamos técnicas modernas e minimamente invasivas, como:

• Endoscopia de coluna

Uma microcâmera de 7mm é introduzida até o local da compressão.
O cirurgião visualiza diretamente o nervo e remove o fragmento causador da dor.
O paciente volta para casa no mesmo dia.

• Bloqueios e infiltrações diagnósticas

Injeções localizadas que aliviam a dor e confirmam a origem exata do problema.

• Denervações facetárias

Indicadas para dores crônicas das articulações da coluna, quando não há hérnia, mas há desgaste.

Essas técnicas oferecem recuperação rápida, menos impacto físico e excelentes resultados — quando bem indicadas.

 

“Mas por que ainda me disseram que era psicológico?”

Porque, quando a dor não aparece claramente em um exame de imagem, ela é muitas vezes tratada como suspeita.

Mas aqui vai um dado importante:

Entre 10% a 20% dos pacientes com dor lombar crônica têm exames normais — e mesmo assim, possuem disfunção no nervo.

Isso acontece porque a compressão pode ser:

  • Intermitente
  • Sensível à postura, esforço ou inchaço
  • Decorrente de um trauma antigo que deixou o nervo inflamado (dor neuropática)

Ou seja: não ver a causa não é o mesmo que ela não existir.

 

O sofrimento real de quem vive com dor crônica

Pessoas com dor na coluna que atinge um nervo costumam relatar:

  • Cansaço sem motivo
  • Dificuldade para dormir
  • Irritação constante
  • Desânimo para tarefas simples
  • Frustração por não conseguirem explicar o que sentem

Muitos se afastam do trabalho, da vida social, do lazer e, aos poucos, se afastam de si mesmos.

Você não está inventando a dor.
Você está sentindo algo que o seu corpo está tentando explicar.

 

O que você pode fazer agora

Se você convive com dor na coluna há semanas ou meses e ainda não encontrou respostas, siga essas recomendações:

  1. Procure um especialista com foco em coluna e nervos.
    Nem todo ortopedista ou clínico saberá interpretar os sinais da dor radicular ou neuropática.
  2. Tenha seus exames de imagem à mão — mas entenda que eles não falam sozinhos.
    Hérnias pequenas podem causar muita dor; hérnias grandes, nenhuma.
  3. Evite o uso crônico de analgésicos e anti-inflamatórios.
    Eles mascaram a dor, mas não tratam a causa — e ainda oferecem riscos ao estômago, rins e coração.
  4. Não aceite explicações simplistas como “é só emocional”.
    Fatores emocionais podem agravar a dor, mas a origem física precisa ser investigada.
  5. Considere tratamentos modernos, como a endoscopia de coluna.
    Eles podem ser a ponte entre a dor atual e o retorno à rotina — com segurança e precisão.

 

A dor é um chamado, não uma sentença

Você não precisa viver assim.
A dor é uma mensagem do corpo e como toda mensagem, precisa ser lida por quem sabe interpretar.

Na Clínica Vertebrata, cada paciente é escutado com atenção e avaliado com profundidade.

Nosso foco não é a cirurgia é a solução.
E se ela vier com menos impacto, menos sofrimento e mais resultado, tanto melhor.

A dor não está na sua cabeça.
Ela está no seu nervo.
E nós sabemos onde encontrar a saída.

 

Médico neurocirurgião especialista em tratamentos da coluna vertebral, é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Academia Brasileira de Neurocirurgia e Sociedade Brasileira de Coluna, bem como da North American Spine Society e Spinal Artroplasty Society.


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