O estresse é um inimigo da coluna cervical

23 de setembro de 2020 | sem comentário | Categoria(s): Artigos

A dor cervical é uma conhecida de muita gente. Tanto que, estudos indicam, 70% da população sofre, ou sofrerá, de dores no pescoço em algum momento da vida. A incidência do problema pode ter uma prevalência de 83 por 100.000 habitantes. Não há um padrão de idade, mas estima-se que o intervalo em que se registra a maior incidência de cervicalgia seja entre 13 e 90 anos, e é mais frequente no sexo masculino do que no feminino. 

 

Em 15% dos casos, existe um antecedente traumático. O resto é devido à má higiene postural, sobrecargas no local de trabalho, envelhecimento natural ou doenças degenerativas, como osteoartrite ou espondilite. No entanto, um terço dos pacientes com dor cervical apresenta correlação em exames de imagem, como a presença de protrusão de disco ou hérnia. 

 

A dor no pescoço é menos comum do que a dor lombar. Mas a vida moderna traz de suas intempéries, e a tecnologia favorece, por incrível que pareça, o surgimento da condição. Pode-se dizer que o uso exagerado dos telefones celulares e tablets contribuem para o surgimento da cervicalgia. 

 

Outra causa é a chamada cefaleia tensional, a dor de cabeça que se origina do estresse e acaba sendo um gatilho para o aparecimento das dores no pescoço. Mas as origens não encerram por aí. Nesse contexto, além das patologias, as situações que envolvem rotinas no trabalho, às preocupações com a família no dia a dia podem também cobrar seu preço na forma de dores que limitam as atividades da vida diária.

 

O padrão de apresentação pode variar, mas é comum que os pacientes sintam dor por pelo menos três meses antes de consultar o especialista, e também que haja períodos de exacerbação ou melhora ao longo do ano. Ao nível laboral, a cervicalgia é uma das causas mais frequentes de incapacidade ou afastamento temporário para o trabalho. 

Como é a coluna cervical?

A coluna cervical é o sistema articular mais complexo e móvel do nosso corpo. As 32 articulações, coordenadas entre si, realizam os movimentos da cabeça em relação ao tronco. Existem estudos biomecânicos que relatam que o pescoço pode se mover mais de 500 vezes em uma hora de trabalho, o que não ocorre em nenhuma outra região anatômica.

 

Se acrescentarmos a isso que a coluna cervical está sujeita a situações de tensão, além de ser fundamental ao caminhar, ficar em pé, deitar ou levantar, dá para compreender que ela pode sofrer dores e sobrecargas com muita facilidade. Tudo isso faz da coluna cervical o local preferido para o aparecimento de tensões mecânicas, artropatias (doenças da articulação) ou patologias ao nível muscular. 

 

A coluna cervical é uma estrutura que inclui sete vértebras, discos intervertebrais, articulações, a medula espinhal, oito raízes, elementos vasculares, 32 músculos e ligamentos. As raízes se originam na medula espinhal, e cada uma delas  transmite impulsos nervosos a partir do cérebro, e também para o cérebro e para ombros, braços e tórax.

 

Outra característica, exclusiva das vértebras cervicais, é a presença de um orifício para a circulação das artérias vertebrais, que desempenham um papel relevante na contribuição do fluxo sanguíneo cerebral.

Estresse como gatilho

A dor no pescoço associada ao estresse tende a ser mais intensa no final do dia. Conforme as atividades de trabalho avançam durante o expediente, o pescoço fica mais tenso e os músculos tendem a se contraírem. Nesses casos, vertigem, tonturas, suores ou náuseas podem ocorrer.  

Outra manifestação típica é a perda da mobilidade do pescoço em todas as posições, o que faz a pessoa se movimentar como um “robô”, sendo incapaz de girar a cabeça para olhar aos lados ou acima. 

Se a contratura for realmente séria, pode trazer junto uma frequente sensação de cãibras e formigamento nos braços ou nas mãos. Apesar de ser um sintoma típico da hérnia de disco, isso não representa necessariamente o problema. A própria contração pode causar essa condição.

Como a causa da dor no pescoço é diagnosticada?

Para o diagnóstico de dor cervical, deve-se obter um histórico clínico completo dos sintomas cervicais. Os exames incluem uma avaliação da postura, mobilidade cervical e áreas doloridas, bem como uma avaliação da função dos nervos e músculos dos braços e pernas.

A Clínica Vertebrata é especialista no diagnóstico e tratamento das doenças da coluna. Atuando há mais de 30 anos, a clínica é liderada pelo médico neurocirurgião e especialista em coluna, Dr. Ailton Moraes. 

Com consultórios em Porto Alegre e Canoas, no Rio Grande do Sul, a equipe da Clínica trabalha com modernas tecnologias em saúde, privilegiando procedimentos minimamente invasivos, muitas vezes ambulatoriais, com resultados comparáveis às cirurgias tradicionais, e com benefícios que vão desde mínimas incisões, baixo risco de intercorrências e tempo de internação reduzido.

Se você sofre de cervicalgia, ou qualquer outro problema de coluna, converse com nossa equipe e agende a sua consulta. Aqui, o importante é garantir o seu bem-estar.

 

Médico neurocirurgião especialista em tratamentos da coluna vertebral, é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Academia Brasileira de Neurocirurgia e Sociedade Brasileira de Coluna, bem como da North American Spine Society e Spinal Artroplasty Society.


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